sábado, 20 de agosto de 2011

SIGLAS E DEFINIÇÕES DE PALAVRAS


CULTURA: -(do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Taylor, segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento”, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade.

Por ter sido fortemente associada ao conceito de civilização no século XVIII, a cultura muitas vezes se confunde com noções de: desenvolvimento, educação, bons costumes, etiqueta e comportamentos de elite. Essa confusão entre cultura e civilização foi comum, sobretudo, na França e na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, onde cultura se referia a um ideal de elite, isso possibilitou o surgimento da dicotomia (e, eventualmente, hierarquização) entre “cultura erudita” e “cultura popular”, melhor representada nos textos de Matthew Arnold, ainda fortemente presente no imaginário das sociedades ocidentais.
Diversos sentidos da palavra variam consoante a aplicação em determinado ramo do conhecimento humano.

Agricultura – acepção original do termo cultura, que se refere ao cultivo da terra para produção de espécies vegetais úteis ao consumo do homem.

Ciências sociais - Do ponto de vista das ciências sociais (isto é, da sociologia e da antropologia), sobretudo conforme a formulação de Taylor, a cultura é um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais artificiais (isto é, não naturais ou biológicos), aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade. Essa definição geral pode sofrer mudanças de acordo com a perspectiva teórica do sociólogo ou antropólogo em questão.
De acordo com Ralph Linton, “como termo geral, cultura significa a herança social e total da Humanidade; como termo específico, uma cultura significa determinada variante da herança social. Assim, cultura, como um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma das quais é característica de certo grupo de indivíduos”.
 Enquanto a definição de Taylor é muito genérica, podendo causar confusão quando se propõe uma reflexão mais aprofundada do que é cultura, outras definições são mais restritivas.
 Os autores debatem se o termo se refere mais corretamente a ideias (Boas, Malinowski, Linton), comportamentos (Kroeber) ou simbolização de comportamento, incluindo a cultura material (L. White).
Vale lembrar que, em algumas concepções de cultura, o comportamento é apenas biológico, sendo a cultura a forma como esses conjuntos de fatores biológicos se apresentam nas sociedades humanas.

Filosofia - cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural. Por seu turno, em biologia uma cultura é normalmente uma criação especial de organismos (em geral microscópicos) para fins determinados (por exemplo: estudo de modos de vida bacterianos, estudos microecológicos, etc.). No dia-a-dia das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição; este sentido normalmente se associa ao que é também descrito como "alta cultura", e é empregado apenas no singular (não existem culturas, apenas uma cultura ideal, à qual os homens indistintamente devem se enquadrar). Dentro do contexto da filosofia, a cultura é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. Cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.


Antropologia - esta ciência entende a cultura como a totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Taylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do estudo da cultura) a cultura seria "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Portanto correspondem, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desses povos.


O uso de abstração é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e mitos.
Entretanto fala-se também em cultura material (por analogia a cultura simbólica) quando do estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos, ferramentas, etc.). Essa forma de cultura (material) é preservada no tempo com mais facilidade, uma vez que a cultura simbólica é extremamente frágil.
A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações. A evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta age em substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um destes elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior. 
Além disso, a cultura é também um mecanismo cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.
Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é o desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura. Com ela o homem pôde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez de caça ou coleta. Também pôde abandonar o nomadismo; daí a fixação em aldeamentos, cidades e estados.
A agricultura também permitiu o crescimento populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema: produzir alimento para uma população maior. Desenvolvimentos técnicos – facilitados pelo maior número de mentes pensantes – permitem que essa dificuldade seja superada, mas por sua vez induzem a um novo aumento da população; o aumento populacional é assim causa e consequência do avanço cultural. Mudança Cultural.
A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades.
Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.
A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis.
A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.  O 'ambiente' exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.



REDE URBANA: é a malha metropolitana de um país, que se constitui basicamente de cidade global, metrópole nacional, metrópole estadual, metrópole regional, médias e pequenas cidades.
A grande conurbação da metrópole fez com que as cidades formassem uma grande rede urbana entre si. A urbanização de uma sociedade origina uma rede urbana, isto é, um sistema integrado de cidades que vai das pequenas ou locais às metrópoles ou cidades gigantescas. A regra geral é que para milhares de pequenas cidades existam centenas de cidades médias e poucas metrópoles.

CIDADE GLOBAL: termo que designa, em geografia urbana, a grande cidade, de funções complexas, que exerce influência sobre a área contígua, dentro da qual comanda toda uma rede de cidades menores.

Médias e pequenas cidades: uma cidade é uma área urbanizada, que se diferencia de vilas e outras entidades urbanas por meio de vários critérios, os quais incluem população, densidade populacional ou estatuto legal, embora sua clara definição não seja precisa, sendo alvo de discussões diversas.
Metrópoles Nacionais: são as principais metrópoles de um país e exercem influência preponderante sobre as demais, por se distinguir em bens, serviços, movimentos culturais, movimentos políticos etc.

Em certos países ou estados cujo território está divido em várias parcelas não contínuas, o termo "metrópole" designa também o território continental ou central desses países por oposição ao seu território não continental ou ultramarino. O termo é especialmente aplicado, no âmbito de impérios coloniais, para se referir ao território original da potência colonial, por oposição às suas colónias. Assim, por exemplo, até 1975, a Metrópole Portuguesa incluía Portugal Continental, o arquipélago da Madeira e o arquipélago dos Açores, constituindo os restantes territórios o Ultramar Português. Ainda hoje, os territórios franceses situados na Europa constituem a França Metropolitana, enquanto que os restantes constituem as coletividades do Ultramar.
Uma definição bastante comum entre a população e os meios de comunicação é a que mostra a metrópole como uma importante cidade de uma região (ou a principal cidade de uma província, estado ou região) ou, simplesmente, uma grande cidade.
Uma metrópole é o conjunto de cidades (ou entidades políticos-administrativas correspondentes, como os municípios)  conurbadas e que tem uma cidade principal que, geralmente, lhe dá o nome.
A conurbação não é imprescindível para que haja uma metrópole, porém, geralmente existe, mas o necessário é a ligação entre a cidade principal e as outras através do fluxo de pessoas (principalmente trabalhadores: o movimento pendular diário) e da influência econômica daquela sobre estas e sobre a região (ou até mesmo sobre um país, como as metrópoles nacionais).

Por essas definições, aglomeração urbana difere das metrópoles pela falta de uma cidade principal que tenha considerável população e importância econômica ao menos regional.
As metrópoles também diferem das regiões (ou áreas) metropolitanas por estas serem somente uma região de planejamento ou uma formalização daquelas. Mesmo que não haja uma região metropolitana legalmente estabelecida, a metrópole pode existir (basta pensar na Grande São Paulo antes da criação da região metropolitana, em 1973).

METROPOLIZAÇÃO: é o processo em que uma, ou mais cidades em uma região, estão em vias de se tornarem uma metrópole, ou seja, prestes a abrigar mais de um milhão de habitantes na região ou em apenas uma cidade.
No Brasil, é um fenômeno corrente e originado do grande êxodo rural, pois se até 1960 o país tinha apenas duas cidades com mais de um milhão de habitantes, este número hoje é bem superior. Esse processo, cumpre ressaltar, costuma, ao menos no que se refere ao Brasil, vir acompanhado de um grande número de problemas sociais originados quer da precariedade das condições dos migrantes que chegam à área em processo de urbanização, quer da oferta reduzida de infra-estrutura nas comunidades urbanas dessas regiões.
Também que o processo de metropolização pode ocorrer sem que haja necessariamente a formação de uma metrópole.
Isto ocorre em áreas metropolitanas em que, mais do que a influência de uma metrópole sobre áreas adjacentes, percebe-se, isto sim, um rearranjo das governanças locais em prol de maior cooperação, neste caso, em função mesmo do planejamento prévio, as consequências sociais costumam ser mais positivas. Deve-se notar que as metrópoles quando se juntam formam uma megalópole.

Exemplos de metrópoles:
Metrópoles globais: são metrópoles cujas áreas de influência se estendem por grandes regiões continentais ou mesmo mundiais que se destacam na esfera econômica mundial como Tóquio, Nova Iorque, São Paulo e Berlim pela forte presença de um mercado financeiro globalizado onde as principais instituições financeiras possuem representação e participação na bolsa de valores, na esfera política como Washington, Moscou e Londres, onde a cúpula dos países mais industrializados G8 se reúne a portas fechadas para discutir as políticas de influência de suas nações sobre o resto do mundo, na esfera cultural como Paris e Milão, as mais tradicionalmente aceitas como centros de difusão de novas culturas, modismos e tendências comportamentais, entre outras.
Dentro da hierarquia urbana, a metrópole nacional apresenta-se como um grande centro, muito bem equipado, onde existem todos os tipos de serviços e produtos industriais. Sua influência abrange todo o país. Imediatamente subordinada à metrópole nacional, aparece a metrópole regional, distribuindo produtos industriais e serviços a uma vasta porção do país.

Metrópoles brasileiras: Região Metropolitana de São Paulo, a maior metrópole do Brasil, das Américas e de todo o hemisfério sul.
De acordo com a classificação da rede urbana brasileira elaborada pelo IBGE em 2008, e que abrange variáveis como tamanho e importância das cidades.

Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial, constituindo foco para centros localizados em todos os pontos do país. São metrópoles nacionais, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Metrópoles regionais: constitui o segundo nível da gestão territorial, e exercem influência na macrorregião onde se encontram. São metrópoles regionais Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Luís.
Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão territorial, e exercem influência no estado e em estados próximos. Dividem-se em três níveis:
Capitais regionais A: Aracaju, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, Teresina e Vitória.
Capitais regionais B: Blumenau, Campina Grande, Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora,Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia, Montes Claros, Palmas, Passo Fundo, Porto Velho, Santa Maria e Vitória da Conquista.
Capitais regionais C: Araçatuba, Araguaína, Arapiraca, Araraquara, Barreiras, Bauru, Boa Vista, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes, Caruaru, Criciúma, Divinópolis, Dourados, Governador Valadares, Ijuí, Imperatriz, Ipatinga/Coronel Fabriciano/Timóteo, Juazeiro do Norte/Crato/Barbalha, Macapá, Marabá, Marília, Mossoró, Novo Hamburgo/São Leopoldo, Pelotas/Rio Grande, Petrolina/Juazeiro, Piracicaba, Ponta Grossa, Pouso Alegre, Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos, São José dos Campos, Sobral, Sorocaba, Teófilo Otoni, Uberaba, Varginha e Volta Redonda/Barra Mansa.

MEGACIDADE: é o termo normalmente empregado para se definir uma cidade que sedia uma aglomeração urbana com mais de dez milhões de habitantes que esteja dotada de um rápido processo de urbanização. As megacidades atuais englobam mais de um décimo da população urbana mundial e, tal como todas as grandes metrópoles que antes surgiram, polarizam sobremaneira o comércio, a cultura, o conhecimento e a indústria.
No Brasil, apenas São Paulo e Rio de Janeiro, com cerca de 20 e 11,8 milhões de habitantes em suas regiões metropolitanas, respectivamente, enquadram-se nesse contexto.
Algumas megacidades como Nova Iorque, Londres, Paris, Tóquio e São Paulo também são consideradas cidades globais pelo Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC), por interligarem-se fortemente a outros centros de influência econômica mundial.
Nos últimos anos, tem-se verificado um notável crescimento das megacidades em países subdesenvolvidos, todas enfrentando sérios problemas, como a falta de saneamento básico, poluição, violência urbana e congestionamento, dentre outros.

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