sábado, 20 de agosto de 2011

Formação de favelas em BH


O bucólico Curral Del- Rei dá lugar a Belo Horizonte, a nova capital do Estado de Minas Gerais. Inaugurada em 1897, construída pelos ideais da elite do Estado, na busca pelo progresso e na ideologia republicana. O planejamento da cidade foi influenciado pelo pensamento positivista, dentro do paradigma de modernidade da época.
Desde o princípio, acontece na cidade a formação de favelas.
Na Zona Suburbana fora da Avenida do Contorno, se concentraram a população mais pobre e os trabalhadores, inclusive os que participaram da construção da cidade. A especulação imobiliária encarecia os terrenos das áreas centrais impossibilitando a instalação de imigrantes, adensando as áreas periféricas.
A distribuição espacial da população em Belo Horizonte em 1912 era de 30% na zona rural, 38% na zona suburbana e 32% na zona urbana.
Na década de 60 há crescente produção do espaço urbano pelas invasões de terra  e formação de favelas. Resultado da carência habitacional, alto preço dos terrenos e imigração. As favelas se adensam nas áreas centrais e nas proximidades da Cidade Industrial.
No início da década de 70, o processo de desenvolvimento econômico teve como uma de suas consequências o crescimento de municípios da região metropolitana da capital, o que ficou perceptível a periferização das favelas que passam a se localizar, também, em regiões mais distantes do centro e mesmo em outros municípios como Betim, Contagem, Ribeirão da Neves, Sabará.
Ações do governo como o PRODECOM (Programa de Desenvolvimento Comunitário). No início dos anos 80, foi aprovada, no município, o PROFAVELA - lei de interesse social -, incorporando as áreas faveladas ao zoneamento da cidade e, permitindo assim, sua regularização. Em 1986 é criada pela Prefeitura Municipal a URBEL - Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, órgão encarregado das questões ligadas as favelas (urbanização, titulação, remoção).
Pode-se perceber que a favela se transforma tanto quanto a cidade. Assim como a reprodução da desigualdade através da especulação imobiliária, pois o espaço da cidade e sua organização estão envolvidos nas relações de interesses econômicos e políticos. É a produção capitalista do espaço.


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