segunda-feira, 29 de agosto de 2011

QUESTÃO 2

QUESTÃO 2- Conteúdo  dos textos estudados e sua  relação ao  trabalho.
(Textos de F. CHOAY O Urbanismo, Guido Zucconi A Cidade do Século XIX e M. S. Bresciani Londres e Paris no século XIX).

                   O tema do trabalho é referente ao saneamento e favelas abordando aspectos das cidades de Belo Horizonte e Lagos na Nigéria. De acordo com o texto de F. CHOAY  A sociedade industrial é urbana. Ela produz as metrópoles, conurbações, cidades industriais, grandes conjuntos habitacionais. No entanto, fracassa na ordenação desses locais.” Percebemos isso ao refletir sobre a configuração do espaço na cidade de Belo Horizonte desde sua criação no final do século XIX. O espaço rural é transformado pelos  ideais de progresso e modernidade; sob a influência do urbanismo europeu com o traçado das vias e discurso higienista da época. O Modelo progressista baseado na ciência, na técnica, na modernidade, no progresso é claramente percebido na configuração da cidade.  Consequentemente à formação e crescimento da cidade, surgem também as favelas, ocupadas pela população trabalhadora, vinda do campo, em terrenos mais baratos e moradias irregulares.
          Atualmente a situação de crescimento da população na cidade ocasiona a ocupação nas vilas e favelas pela população de baixa renda convivendo com problemas de saneamento básico, moradias em situação de risco e violência urbana.
O programa Vila Viva tem um teor do Urbanismo Progressista na medida em que organiza o espaço através da imposição, da verticalização, abre ruas, a cidade se expande para áreas onde o loteamento é mais barato e também mais distantes. No texto de F. CHOAY : “As funções novas da cidade são, conforme à tradição do urbanismo progressista, definidas por uma série de necessidades calculáveis. Dois aspectos são essencialmente destacados: problemas colocados pelo aumento da população do globo e desenvolvimento de uma série de necessidades específicas resultantes do “progresso técnico”, quer dizer, da automação, da mecanização do trabalho e dos transportes, e das mudanças de ritmo resultantes na existência cotidiana.” Isso pode ser exemplificado tanto em Belo Horizonte  como na configuração  na cidade de Lagos, através do espraiamento do espaço, da localização fragmentada,
         Em Guido Zucconi “(...) novos fluxos e excedentes demográficos tenderão a solidificar-se nas proximidades de alguns nós ferroviários, industriais e portuários, e, não somente em poucos casos, corresponderão às tradicionais capitais administrativas.” A cidade de Lagos localizada no litoral da baía de Benin, no fundo do golfo da Guiné, na África ocidental. Além de ser uma cidade portuária, Lagos é também um centro industrial que conta com montadoras de automóveis e fábricas de aparelhos de rádio, bebidas e alimentos, tinta, sabão, cosméticos e artigos têxteis. Pelo porto passa grande parte das exportações nigerianas. A cidade abriga um aeroporto internacional e é o ponto terminal das malhas ferroviária e rodoviária do país. Mesmo não sendo mais capital da Nigéria, nela permaneceram muitos dos órgãos governamentais, bem como as empresas comerciais.
Quando Zucconi fala sobre forma e limites da cidade, novos anéis, a ação dos investidores imobiliários; podemos fazer referências com a conurbação urbana em Belo Horizonte e em Lagos. O crescimento populacional nos centros urbanos, a expansão dos subúrbios. Voltando em F. CHOAY “(...) o urbanismo progressista e a tecnolatria (...) a ruptura das continuidades culturais, a desnaturalização das zonas rurais, o servilismo do homem à máquina através de planos concebidos para um uso máximo do automóvel”.
         O quadro descrito de Londres e Paris do século XIX, superpopulação, péssimas condições de moradia dos operários, consequencias da vida urbana e da industrialização, de acordo com Bresciani, se identifica atualmente com a cidade de Lagos, que se configura numa megacidade mutável, sem uma tipologia fixa, sem zoneamento definido, o aglomerado populacional se expande entre engarrafamentos, indústrias, aumento da pobreza e deterioração das condições sociais e sanitárias, além da  desigualdade social.  Na década de 70 a exploração do petróleo na Nigéria, Lagos, vivenciou uma explosão demográfica, crescimento econômico desenfreado e enorme migração rural. Isso fez com que as cidades periféricas e povoadas se desenvolvessem rapidamente, formando assim a grande metrópole de hoje (Lagos Metropolitana).
Se o programa de urbanização de vilas e favelas traz melhoria nos padrões de urbanização, saneamento, regularização de áreas, por outro lado ainda não há uma integração da favela à malha urbana, pois é identificada como área de criminalidade, apresentada pela segregação socioespacial.
A cidade é fragmentada, a vida fragmentada, as relações são fragmentadas pelo individualismo, o consumo e a alienação são o horizonte do homem-máquina do capitalismo.
  "Ninguém hoje sabe qual será a cidade de amanhã. Talvez ela perca uma parte da riqueza semântica que possuiu no passado. Talvez seu papel criador e formador seja assumido por outros sistemas de comunicação (televisão ou rádio, por exemplo). Talvez assistamos à proliferação, por todo o planeta, de aglomerados urbanos, indefinidamente extensos, que farão o conceito de cidade perder todo o significado." Françoise Choay

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