segunda-feira, 29 de agosto de 2011

QUESTAO 03

Fazer análise de uma situação urbana mundial contemporânea e compará-la aos capítulos do texto de M.S. BRESCIANI, no livro estudado em sala “Londres e Paris no séc. XIX, o espetáculo da pobreza.”

Após lermos “Londres e Paris no séc. XIX, o espetáculo da pobreza”, e pesquisarmos mais profundamente sobre o assunto encontramos diversas reportagens como a do portal IG do dia 28/06/2011. “Morador de rua morre de frio no interior de São Paulo”. A reportagem retrata a dura realidade de parte da população no Brasil: sem emprego e sem condições para pagar uma casa, homens, mulheres e crianças encontram nas ruas, nas calçadas a única opção possível de moradia. Diante de tal situação tais pessoas são obrigadas a pedir dinheiro na rua para não passar fome, a trabalhar (quando conseguem algum “bico”) diversas horas seguidas sem descanso para no final do dia, em certos casos morrer de frio por não ter se quer um cobertor para se proteger. Outra realidade são as pessoas que fugindo da realidade das ruas procuram cortiços ou prédios abandonados para morar, como foi visto na reportagem do dia 22/09/09 do portal Globo “Centro de SP esconde cortiços em condições desumanas”. De acordo com a reportagem os cortiços possuem condições desumanas, em um dos cortiços, por exemplo, a luz elétrica é “gato” e existe apenas um banheiro para cerca de 160 pessoas.

Outra reportagem encontrada e talvez a mais pertinente para este assunto, foi a do dia 29/08/11 do portal Paraná Online. “MPF denuncia 4 por manter mão de obra escrava”. A reportagem fala sobre a utilização de mão-de-obra escrava em lavouras de café nos municípios de Garça e Vera Cruz, no interior paulista. No sitio foram encontrados 21 trabalhadores que viviam em condições de escravidão. Os trabalhadores tinham a liberdade restrita e viviam sob constantes ameaças. Segundo o procurador da republica Célio Vieira da Silva, autor da denuncia, os trabalhadores viviam em alojamentos “indignos de moradia” sem janelas, camas e com paredes repletas de frestas e rachaduras. Todos os trabalhadores recebiam salário abaixo do piso.

Em outro caso na mesma região os trabalhadores possuíam moradias de madeira, algumas cobertas com papelão ou lona. Nesses alojamentos não foram encontrados banheiros nem fossas sépticas.

Encontramos varias outras reportagens que também nos chamaram a atenção, como a do dia 18/03/09 do Jornal Estado de São Paulo. “Desemprego na Europa traz de volta protestos” ,e a reportagem do portal IG do dia 30/11/2010. “Desemprego na Europa é o maior em doze anos”. Ambas as reportagens falam do aumento do numero de desempregados na Europa. A primeira reportagem cita que sindicalistas daquele ano na França protestavam e exigiam maior proteção contra o desemprego. Ainda de acordo com a reportagem dezessete países europeus foram afetados por manifestações contra o desemprego. No Reino Unido, por exemplo, uma greve numa usina em Lindsey contra a contratação de estrangeiros se expandiu, atraindo mais de 10 mil pessoas. Já a segunda reportagem mostra que em 2010 o número de desempregados aumentou consideravelmente na Europa. De acordo com a reportagem, o resultado se deve, principalmente, ao maior número de desempregados na Itália, a terceira maior economia do bloco – de 8,3% para 8,6%.

Ao compararmos estas reportagens ao texto estudado em sala “Londres e Paris no séc. XIX, o espetáculo da pobreza”, podemos perceber que ambos retratam que o desenvolvimento econômico não havia contemplado toda a população, quanto mais aglomerado o povo era nas cidades, mais isolado o homem se sentia; tendo de conviver com a sujeira e com o mau cheiro.

O texto estudado cita que no final do século XIX, os bairros operários se agigantavam, tornando-se quase cidades dentro da cidade. Nesses verdadeiros antros de degradação se misturavam trabalhadores, beberrões e criminosos. Assim como citado no texto, hoje ainda nos deparamos com diversas pessoas vivendo em condições precárias amontoadas em cortiços e prédios abandonados. Tanto as reportagens encontradas como o texto estudado relatam que esses trabalhadores que nem sempre conseguem trabalhos dignos com uma boa remuneração, são os mesmos que são vistos como bárbaros, são aqueles que para muitos deveriam ser mantidos em seus guetos, sem direitos, sem conforto, sem sonhos nem futuro.

Podermos concluir, portanto que as reportagens e o texto “Londres e Paris no séc. XIX, o espetáculo da pobreza” relatam a busca de uma sociedade igualitária, onde muita coisa ainda deve ser feita. Se a indústria colocou no lugar dos homens maquinas e causou assim uma grande “mão-de-obra não utilizável”, cabe aos países fornecer novas formas de emprego para que em uma sociedade futura não exista ou diminua consideravelmente o número de pessoas desempregadas, passando fome, morando em lugares extremamente desumanos para assim podermos atingir de certa forma uma sociedade mais igualitária.

Para concluir encontramos uma reportagem da Folha Onlime." Agência da ONU pede greve de fome pelos desnutridos do mundo", do dia 11/11/2009 , que fala que o diretor geral da FAO (agência da ONU pra alimentação), Jacques Diouf, pediu que o mundo inteiro realize uma greve de fome nos próximos sábado (14) e domingo (15) em solidariedade ao mais de 1 bilhão de pessoas desnutridas no planeta --um recorde histórico.

 Nesta segunda-feira (16), a organização realiza a sua Cúpula Mundial sobre a Segurança Alimentar de dois dias na qual estarão, entre outras autoridades, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o papa Bento 16.

De acordo com a FAO, a fome atinge atualmente 1,020 bilhão de pessoas, um recorde, e a crise econômica recente arrastou 105 milhões pessoas à fila de desnutridos. Por outro lado, houve diminuição no número de famintos, desde o início da década 90, em 31 dos 79 países nos quais a organização atua. Esses países, conforme a FAO, já alcançaram ou conseguirão reduzir o número de famintos para 2015.
Entre os exemplos de países que alcançaram importantes avanços frente à fome está o Brasil além de Armênia, Nigéria e Vietnã.
No Brasil, a organização cita como exemplo o programa "Fome Zero", que foi implantado pelo governo em 2003.

O relatório assinala também que um dos melhores e mais rentáveis caminhos para vencer a pobreza e a fome no meio rural é apoiar os pequenos camponeses, já que cerca de 85% das granjas agrícolas do mundo teriam menos de 2 hectares, e os pequenos agricultores e suas famílias representam 2 bilhões de pessoas, um terço da população mundial.

Combate à fome em BH é modelo para o mundo


Um bilhão e duzentos milhões de pessoas no mundo sobrevivem com menos de um dólar por dia. Isso significa que muitas pessoas passam fome e vivem abaixo da linha da miséria. Belo Horizonte, no entanto, conseguiu mudar essa situação na cidade e se aproxima cada vez mais de uma das Metas do Milênio da ONU, erradicar a fome e a pobreza extrema.
Cerca de 15 mil refeições de baixo custo são oferecidas todos os dias na capital, beneficiando trabalhadores de baixa renda, desempregados, aposentados, moradores de rua, estudantes e famílias inteiras com risco de segurança alimentar e nutricional.A iniciativa da quarta maior capital do Brasil na criação de restaurantes capazes de oferecer alimentação saudável e de baixo custo para a sua população já é espelho para as outras capitais do país. Por duas vezes consecutivas (2009 e 2010), a Prefeitura de Belo Horizonte ganhou o Prêmio ODM Brasil por sua política de abastecimento. São 17 programas que beneficiam mais de um milhão de habitantes de BH. Uma das ações elogiadas foi a criação dos restaurantes populares que, por muitas vezes, se tornam a única opção de alimentação para alguns moradores da cidade.

Jornais
Referencias:
Morador de rua morre de frio no interior de São Paulo
28/06/2011

MPF denuncia 4 por manter mão de obra escDesemprego na Europa traz de volta protestos
18 de março de 2009
Desemprego na Europa é o maior em doze anos
30/11/2010
http://economia.ig.com.br/desemprego+na+europa+e+o+maior+em+doze+anos/n1237843152675.html

Centro de SP esconde cortiços em condições desumanas
22/09/09

Agência da ONU pede greve de fome pelos desnutridos do mundo

Texto
Referencias:

M. S. Bresciani, Londres e Paris no século XIX, o espetáculo da pobreza.



QUESTÃO 2

QUESTÃO 2- Conteúdo  dos textos estudados e sua  relação ao  trabalho.
(Textos de F. CHOAY O Urbanismo, Guido Zucconi A Cidade do Século XIX e M. S. Bresciani Londres e Paris no século XIX).

                   O tema do trabalho é referente ao saneamento e favelas abordando aspectos das cidades de Belo Horizonte e Lagos na Nigéria. De acordo com o texto de F. CHOAY  A sociedade industrial é urbana. Ela produz as metrópoles, conurbações, cidades industriais, grandes conjuntos habitacionais. No entanto, fracassa na ordenação desses locais.” Percebemos isso ao refletir sobre a configuração do espaço na cidade de Belo Horizonte desde sua criação no final do século XIX. O espaço rural é transformado pelos  ideais de progresso e modernidade; sob a influência do urbanismo europeu com o traçado das vias e discurso higienista da época. O Modelo progressista baseado na ciência, na técnica, na modernidade, no progresso é claramente percebido na configuração da cidade.  Consequentemente à formação e crescimento da cidade, surgem também as favelas, ocupadas pela população trabalhadora, vinda do campo, em terrenos mais baratos e moradias irregulares.
          Atualmente a situação de crescimento da população na cidade ocasiona a ocupação nas vilas e favelas pela população de baixa renda convivendo com problemas de saneamento básico, moradias em situação de risco e violência urbana.
O programa Vila Viva tem um teor do Urbanismo Progressista na medida em que organiza o espaço através da imposição, da verticalização, abre ruas, a cidade se expande para áreas onde o loteamento é mais barato e também mais distantes. No texto de F. CHOAY : “As funções novas da cidade são, conforme à tradição do urbanismo progressista, definidas por uma série de necessidades calculáveis. Dois aspectos são essencialmente destacados: problemas colocados pelo aumento da população do globo e desenvolvimento de uma série de necessidades específicas resultantes do “progresso técnico”, quer dizer, da automação, da mecanização do trabalho e dos transportes, e das mudanças de ritmo resultantes na existência cotidiana.” Isso pode ser exemplificado tanto em Belo Horizonte  como na configuração  na cidade de Lagos, através do espraiamento do espaço, da localização fragmentada,
         Em Guido Zucconi “(...) novos fluxos e excedentes demográficos tenderão a solidificar-se nas proximidades de alguns nós ferroviários, industriais e portuários, e, não somente em poucos casos, corresponderão às tradicionais capitais administrativas.” A cidade de Lagos localizada no litoral da baía de Benin, no fundo do golfo da Guiné, na África ocidental. Além de ser uma cidade portuária, Lagos é também um centro industrial que conta com montadoras de automóveis e fábricas de aparelhos de rádio, bebidas e alimentos, tinta, sabão, cosméticos e artigos têxteis. Pelo porto passa grande parte das exportações nigerianas. A cidade abriga um aeroporto internacional e é o ponto terminal das malhas ferroviária e rodoviária do país. Mesmo não sendo mais capital da Nigéria, nela permaneceram muitos dos órgãos governamentais, bem como as empresas comerciais.
Quando Zucconi fala sobre forma e limites da cidade, novos anéis, a ação dos investidores imobiliários; podemos fazer referências com a conurbação urbana em Belo Horizonte e em Lagos. O crescimento populacional nos centros urbanos, a expansão dos subúrbios. Voltando em F. CHOAY “(...) o urbanismo progressista e a tecnolatria (...) a ruptura das continuidades culturais, a desnaturalização das zonas rurais, o servilismo do homem à máquina através de planos concebidos para um uso máximo do automóvel”.
         O quadro descrito de Londres e Paris do século XIX, superpopulação, péssimas condições de moradia dos operários, consequencias da vida urbana e da industrialização, de acordo com Bresciani, se identifica atualmente com a cidade de Lagos, que se configura numa megacidade mutável, sem uma tipologia fixa, sem zoneamento definido, o aglomerado populacional se expande entre engarrafamentos, indústrias, aumento da pobreza e deterioração das condições sociais e sanitárias, além da  desigualdade social.  Na década de 70 a exploração do petróleo na Nigéria, Lagos, vivenciou uma explosão demográfica, crescimento econômico desenfreado e enorme migração rural. Isso fez com que as cidades periféricas e povoadas se desenvolvessem rapidamente, formando assim a grande metrópole de hoje (Lagos Metropolitana).
Se o programa de urbanização de vilas e favelas traz melhoria nos padrões de urbanização, saneamento, regularização de áreas, por outro lado ainda não há uma integração da favela à malha urbana, pois é identificada como área de criminalidade, apresentada pela segregação socioespacial.
A cidade é fragmentada, a vida fragmentada, as relações são fragmentadas pelo individualismo, o consumo e a alienação são o horizonte do homem-máquina do capitalismo.
  "Ninguém hoje sabe qual será a cidade de amanhã. Talvez ela perca uma parte da riqueza semântica que possuiu no passado. Talvez seu papel criador e formador seja assumido por outros sistemas de comunicação (televisão ou rádio, por exemplo). Talvez assistamos à proliferação, por todo o planeta, de aglomerados urbanos, indefinidamente extensos, que farão o conceito de cidade perder todo o significado." Françoise Choay

BASE CARTOGRÁFICA – Q1


       As políticas de gestão urbana têm como instrumento as bases cartográficas e o geoprocessamento, afim, de definir as áreas prioritárias de intervenção, seu procedimento metodológico inclui etapas de diagnóstico sócio-ambiental e da infra-estrutura. O presente artigo visa apresentar uma síntese geográfica relacionada com Lagos e Belo Horizonte e seus programas de recuperação de vilas e favelas.
 


       O Programa Vila Viva desenvolvido em Belo Horizonte envolve dois principais objetivos: a intervenção em assentamentos existentes, através da urbanização de vilas, favelas e conjuntos habitacionais irregulares, de modo, à proporcionar apoio jurídico e urbanístico. Agregando valor social de inclusão, coordenadas a outros programas promovidos pelo governo. Sua meta é atender 208 vilas e favelas distribuídas pelas regionais de Belo Horizonte.

       De acordo com a Prodabel (Empresa de informática e Informação do Município de Belo Horizonte), programa descrito acima atua em 43% de 486 bairros que cidade possui, com 125.729 domicílios beneficiados. A população favorecida pelo Vila Viva é de 20,8% da população da capital, pesquisa realizada pela Urbel em 2006.

       As áreas de atuação são definidas pelo plano diretor, nos quais são distinguidas pelas Zeis-1 e Zeis-3, que caracterizam as Zonas de Interesse Social. Este zoneamento proporciona a integração das vilas e favelas ao plano urbanístico da cidade. Garantindo o compromisso de uma política de gerenciamento e recuperação desses espaços, havendo um melhor planejamento urbanístico na busca da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes.

 

       Entre as intervenções realizadas pelo Vila Viva está o Aglomerado da Serra localizado na região centro oeste, no qual, 50 mil moradores das vilas Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, Marçola, Santana do Cafezal e Novo São Lucas, que formam o maior aglomerado da cidade.No quais,  já estão provendo dos benefícios que o programa proporciona, entre as obras já realizadas estão: Complexo Esportivo do Aglomerado da Serra Mário Guimarães, 528 unidades habitacionais, urbanização de becos, obras de contenção e coleta de lixo e esgoto. 
      Lagos enfrenta diversos desafios em relação a gestão urbana, provocado pelo seu crescimento descontrolado e um planejamento inadequado. Mas a cidade vem buscando mudar essa situação, através da reformulação de seus princípios e da reestruturação da ordem.

      A política habitacional de Lagos está introduzindo progressivamente o crédito imobiliário para financiamento de moradias. Já a política fundiária visa a melhorar a eficácia institucional para o registro de imóveis e criar um banco de dados atualizado dos terrenos de lagos. Enquanto isso, a política de urbanização de favelas adota uma nova abordagem que abrange toda a cidade, para tanto, a elaboração de um plano de urbanístico envolvendo os bairros está em questão.

      As intervenções envolvem a urbanização de ruas, construção de banheiros públicos, perfuração de poços para o fornecimento de água, construção de novas escolas e reabilitação das escolas existentes, construção de postos de saúde, introdução de um sistema de transporte e programas de capacitação e qualificação.
       Um caso envolvendo essas intervenções ocorreu no Distrito Comercial Central de Ohode, 39 famílias desalojadas receberam acomodações alternativas melhores e também tiveram assistência financeira para se mudarem. O mapa abaixo representa essa região:


Referências:
• Urbanização de Favelas em Foco, Aliança de Cidades – Cities Without Slums Prefeitura da Cidade de São Paulo
http://seer.bce.unb.br/index.php/SER_Social/article/viewFile/4140/3451
http://bairrosdebelohorizonte.webnode.com.br/aglomerados-vilas-e-favelas-/
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/



domingo, 28 de agosto de 2011

MATERIAIS DE ESTUDO - Q1

MATERIAIS DE ESTUDOS - RESENHAS - LIVROS - LINKS - VIDEOS

PDF- Email: marilumn@yahoo.com.br
            PROGRAMA VILA VIVA: CONTRADIÇÕES E RESISTÊNCIAS NO PROCESSO DE
            URBANIZAÇÃO DE UMA FAVELA EM BELO HORIZONTE
             Denise Aparecida O. Pimenta-UFMG, Fernanda dos S. Januário-UFMG, Geíse Pinheiro Pinto-      UFMG, Maria Luísa M. Nogueira-UFMG, Thales Rodrigo G. Ribeiro-UFMG.

A DISTRIBUIÇÃO DOS OBJETOS GEOGRÁFICOS E AS SUAS REPRESENTAÇÕES ESPACIAIS
Andrelino de Oliveira Campos

Resumo
A Geografia, enquanto ciência, vive dentro de eternos conflitos internalizados no seu fazer.
Pensando nesta perspectiva, entendemos que todos têm a responsabilidade de buscar novas saídas.
Entretanto, estas novas saídas estejam nas concepções que não foram bem compreendidas no ensino e nas pesquisas geográficas. É com este sentido, que apoiado, sobretudo na obra de Milton Santos, que retomamos os estudos dentro do campo da metodologia geográfica como uma das possibilidades de leitura do real. Neste sentido, entender a produção do espaço geográfico a partir da acepção concreto-abstrato de Santos, tendo analisando quatro categorias e conceitos que são indissociáveis: processo, estrutura, função e a forma. Contribuindo para o entendimento do movimento que o espaço e o tempo constroem a existência dos objetos geográficos.
Palavras-chave: Metodologia da Geografia; processo; estrutura; função; forma.

PDF- www.4shared.com/.../Repensando_o_territrio_discuti.html 
enhpgii.files.wordpress.com/2009/10/fernanda-cristina-de-paula.pdf
REPENSANDO O TERRITÓRIO: DISCUTINDO A CATEGORIA DE TERRITÓRIO VIVIDO
Fernanda Cristina de Paula

Resumo
A partir de um movimento de discussão dos paradigmas teórico-metodológicos dominantes (sobretudo o Positivismo) na ciência, foram difundidas abordagens e temáticas que abarcassem elementos pouco incorporados na investigação do objeto (como os fatores que definem o homem enquanto tal: Humanismo). Também a Geografia passou por essa “renovação” e, neste movimento, ocorreram releituras de suas categorias, que implicaram em novas temáticas pesquisadas e desenvolvimento de corpos teórico-metodológicos. No interior desta ampliação epistemológica da disciplina, está a releitura da categoria território.  Com base no levantamento de trabalhos (publicados no Brasil),  movimentamos  discussões sobre essa releitura, na direção de compreender as implicações desta para a reflexão e pesquisa geográfica. 
Palavras-chave: território; categoria; geografia e humanismo.


Livro: O Urbanismo - Françoise Choay
CHOAY, Françoise; O Urbanismo: Utopia e realidades de uma antologia; São Paulo: Editora Perspectiva, 2003.

Desde o final do século passado o urbanismo tenta responder aos problemas levantados pela introdução maciça da máquina nos agrupamentos urbanos, tentando reorganizá-los através de modelos estabelecidos aprioristicamente, que ora privilegiam o rendimento (o modelo racionalista), ora a tradição, ora a reintegração da cidade ao campo. Utópicas, essas matrizes levaram a sucessivos fracassos, e, no entanto continuam a ser amplamente utilizadas. Crítica vigorosa desse estado de coisas, Françoise Choay estabelece uma antologia de 37 autores (de Fourier a Wright, de Marx a Jane Jacob, de Ruskin a Xenakis) para, através da revisão de suas ideias, fundamentar a proposta de um urbanismo menos teórico e mais humano, que se vale da semiologia e da ecologia ao visar o bem-estar do cidadão.
Ver artigo principal: Planejamento urbano.

Planejamento urbano são, dentro da multidisciplinariedade do urbanismo, o campo que lida com os aspectos técnicos e políticos relacionados ao uso do espaço, bem estar humano, desenho urbano e desenho ambiental em todas as suas aplicações (circulação, transporte, comunicações). Além disso, um dos pontos mais relevantes do planejamento urbano, hoje, é a proteção e conservação do meio ambiente.
Desenho urbano é um campo do planejamento urbano ligado às soluções que envolvem os aspectos físicos do espaço urbano, dando forma e caracterização aos distintos usos deste espaço, bem como estabelecendo a articulação entre estes, levando também em conta o desenvolvimento das áreas ao longo do tempo.

Livro: Cidade do Século XIX, A - Zucconi, Guido

As estações ferroviárias, as galerias comerciais, as exposições universais, as grandes avenidas, os bairros industriais são alguns dos espaços que caracterizam A Cidade do Século XIX. É esta urbe oitocentista, com suas orlas marítimas, seus anéis periféricos, seus subúrbios-jardim e seus quarteirões de negócios, matriz da metrópole contemporânea, que Guido Zucconi, professor de história da arquitetura da universidade de Veneza, estuda neste livro, (Tradução Marisa Barda).


LivroDiário de Moscou ,Walter Benjamin inglês: Moscow Diary.
O diário foi escrito ...
Núcleo Brasileiro de Estudos Walter Benjamin

“Quero neste momento, apresentar a cidade de Moscou de tal forma que “todo o factual já seja teoria”, e assim, me abster de qualquer abstração dedutiva, de qualquer prognostico, até, dentro de certos limites, de qualquer julgamento. (BENJAMIM, Walter – Diário de Moscou)”.

Granovsky é um judeu letão de Riga. Criou um tipo de teatro Burlesco-exagerado, anti-religioso e, a julgar pelas aparências, um tanto quanto antissemita - desenvolvido a partir da paródia de operetas populares. Sua atitude é decididamente ocidental, posiciona-se com ceticismo frente ao bolchevismo e a conversa gira principalmente em torno de teatro e questões salariais. Passa, a seguir, para o campo da
moradia. O preço aqui é calculado por metro quadrado. O preço do metro quadrado é proporcional ao salário do inquilino. Além disso, o preço do aluguel e da calefação é triplicado quando se excede a cota de treze metros quadrados por pessoa. Granovsky não nos esperava mais, e em vez de uma refeição completa houve apenas um jantar frio, improvisado.

A cidade industrial é urbana. A cidade é o seu horizonte. Ela produz metrópoles, conurbações, cidades industriais, grandes conjuntos habitacionais. No entanto, fracassa na ordenação desses locais. A cidade industrial tem especialistas em planejamento urbano que aparecem, contestadas e questionadas. A
A palavra “Urbanismo” é recente. O caráter jovial com que Fourier realizou algumas de suas críticas fez dele um dos grandes satíricos de todos os tempos. Propôs a criação de unidades de produção e consumo - as falanges ou falanstérios baseadas em uma forma de cooperativismo integral e autossuficiente, assim como na livre perseguição do que chamava paixões individuais e seu desenvolvimento, o que constituiria um estado que chamava harmonia. Neste sentido antecipa a linhagem do socialismo libertário dentro do movimento socialista, mas também em linhas críticas da moral burguesa e cristã, restritiva do desejo e do prazer - neste sentido, sendo também em um dos precursores da psicanálise. Em 1808 Fourier já argumentava abertamente em favor da igualdade de gênero entre homens e mulheres, apesar da palavra feminismo só ter surgido em 1837.

COM SÍNTESE  DA AULA:
“Entender que existiram foram experimentos igualitários, entender quais são as relações econômicas, e politicas, quais as discussões da vida publica e as relações sociais e materiais.  Objeto que o homem faz questão de criar”.

PDF - www.usp.br/revistausp/05/18-willi.pdf
18-willi-diario Moscou [18-B5-1921]



Como driblar os problemas da minha cidade?
Lourival Sant'Anna, enviado especial.

Apesar de 40% de sua área estar coberta pela lagoa, rios e pântanos - o que lhe valeu o nome, dado pelos portugueses -, água tratada e encanada chega, segundo dados oficiais, a apenas 6,39 milhões de pessoas (42,6% da população). Embora a Nigéria seja o sétimo maior produtor entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e goze de notável potencial hidrelétrico, a eletricidade funcionam algumas horas por dia. A demanda é de 6 mil megawatts e a oferta, de 1 mil. Pelo menos metade da atividade econômica é informal. Daí o leva-e-traz incessante: de galões de água, de querosene para iluminar e cozinhar e de todo tipo de produtos vendidos na rua, nos colossais engarrafamentos da cidade de 1 milhão de veículos e praticamente nenhum semáforo (os poucos existentes vivem desligados).
A água é um problema - e negócio - antigo. Hoje, a cidade está repleta de poços artesianos comerciais, aonde os vendedores de água - profissão comum - vão se abastecer.
Ao lado de seu carro de mão que comporta 10 galões de 25 litros, vão todos os dias comprar água no poço, segundo o seu dono.

Mas não é só água que se vende nas ruas. Eis a lista compilada num engarrafamento, pela ordem de aparição: verduras para ogu (molho tradicional), cartões de telefone, tábua de passar roupa, gravatas, refrigerantes, quitutes, estabilizadores de voltagem (que varia muito entre um blecaute e outro), frutas, jornais, rodelas de banana fritas, estilingues, salada de fruta cozinhando ao sol de 38 graus, CDs, cuecas, camisetas, teclado de computador, kits para cortar as unhas e fazer a barba, DVDs do filme. As ruas de Lagos equivalem a um shopping Center drive-thru.
É uma cidade 24 horas, talvez não no mesmo sentido que Tóquio eNova York. Parte dos vendedores ambulantes dorme de dia nas favelas e nos baixos das pontes para suprir de noite os trabalhadores diurnos.
Nos caóticos cruzamentos sem sinalização, homens sem pernas movem-se com destreza sobre carrinhos de rolimã, com uma vara nas mãos, ameaçando golpear os carros e motos que se atrevem a negar passagem aos seus "clientes".

Geralmente desarmados, mas vociferantes, numerosos e ameaçadores, esses "donos do lugar" conseguem, literalmente no grito, intimidar vendedores ambulantes a dar-lhes uma porcentagem de seu ganho e transeuntes brancos desavisados a pagar-lhes uma espécie de pedágio que dividirão depois com policiais, que assistem a tudo impassíveis. As mulheres de Lagos são visivelmente vaidosas, com notável capacidade de se manterem limpas e elegantes enquanto caminham sobre a lama e desviam das poças d’água e do esgoto que aflora.
Maior cidade da África negra, menor apenas que o Cairo no continente, Lagos concentra um terço do PIB de R$ 212,3 bilhões da Nigéria.

Sua renda per capita é pelo menos o triplo da do país, de R$ 1.454. Essa efervescente economia atrai 600 mil imigrantes por ano. Não só da Nigéria. Muitos vêm de Gana, assim como o peixe que vendem nas calçadas; outros, do Benim, de onde trazem produtos de beleza e higiene A imigração é facilitada pela coincidência de grupos étnicos nos países da região.

A população de Lagos cresce 8% ao ano - o dobro da média nacional. Apesar de ter perdido o status de capital para Abuja em 1991, ela está para a Nigéria assim como São Paulo e Rio estariam para o Brasil se fossem uma só cidade. Com 36,8% da população urbana da Nigéria, Lagos tem sido um ímã desde o boom do petróleo dos anos 1970. Sua área de 3.345 quilômetros quadrados representa 0,4% do país, mas a população equivale a mais de 10%.
Em 1963, Lagos tinha 665 mil habitantes. Em 1975, no calor da crise do petróleo, o número saltara para 3,5 milhões. O destino de boa parte dos novos moradores tem sido as favelas: o número subiu de 42, em 1984, para mais de 100.

Das 25 megacidades do mundo, Lagos tem o mais baixo padrão de vida. Mas a cidade não atrai apenas pobre. Com a intensificação de sequestros pela guerrilha do Delta do Níger, onde se concentra a exploração de petróleo, executivos estrangeiros se transferiram de Port Harcourt, a principal cidade da região, para Lagos, causando inflação brutal nos aluguéis dos apartamentos.
Em Ikoyi, onde se concentram os edifícios de alto padrão, um apartamento de um quarto sem mobília não é alugado por menos de R$ 129 mil ao ano. Os proprietários exigem pagamento adiantado de dois anos. 
Tanto quanto são atraentes para os vendedores ambulantes, as ruas de A rua de terra repleta de poças d’água e lama são intransitáveis de carro. Até os pedestres a percorrem com dificuldade, equilibrando-se sobre tábuas de madeira.

Não há rede de esgoto em Lagos, e entre a fileira de lojas e casas e a rua, um canal fétido - denuncia a contaminação da água pelas fossas negras. Nessas condições, os fregueses desaparecem na estação chuvosa, que cobre metade do ano (de abril a outubro).
A agitação de Lagos atrai milhares de pessoas pela oportunidade de renda, mas também cobra um preço alto.

Sempre que um alto funcionário do governo de Lagos, que pediu anonimato, expõe sua tese aos amigos, chamam-no de racista. "Se fosse presidente, entregaria a Nigéria em concessão", confessa. "Diria ao concessionário: ‘Leve todo o petróleo que quiser, mas você tem dez anos para transformar o Estado de Lagos numa Cingapura. ’ Acusam-me de defender a escravidão. Não me importo. Pagamos a nossa gente para fazer isso, eles roubam e não fazem."

O desabafo do alto funcionário traduz o espírito com que Lagos se lança ao seu futuro de megacidade. Ao lado de Cingapura - que, com sua organização estoica, é obviamente a antítese de Lagos -, outro modelo frequentemente citado é Dubai, pela associação com o petróleo.
Diante do ceticismo quanto à capacidade do Estado de conduzir grandes projetos de infraestrutura, praticamente todos são concebidos como parcerias público-privadas (PPPs), expressão da moda também na Nigéria.

A precariedade é tão grande, em matéria de infraestrutura, que os técnicos têm dificuldades em elencar prioridades.

Como Lagos não tem rede de esgoto, as casas e empresas supostamente deveriam ter fossas sépticas. Além de inadequado para o seu terreno minado pela água, isso ocorre apenas em uma pequena porcentagem dos domicílios da cidade.

Por falta de estações descentralizadas de tratamento, a água potável percorre dezenas de quilômetros, vazando pelo caminho e chegando a menos da metade da população. A oferta de energia elétrica precisa ser multiplicada por 15 para suprir a demanda de 2020, quando deverá alcançar 15 mil MW.

Não há cálculo preciso do déficit habitacional. "Se construíssemos 250 mil moradias, ainda ficaríamos muito aquém das necessidades", estima um técnico da Secretaria de Habitação de Lagos. O governo negocia a construção de 50 mil unidades.

Boa parte das vias não é asfaltada e as que são vivem congestionadas. Três pontes ligando as ilhas de Lagos e Victoria - onde está o trabalho - ao continente - onde a maioria vive - formam um gargalo, roubando horas dos motoristas e passageiros. Na ausência, até recentemente, de um sistema de transporte coletivo, o grosso dos passageiros é transportado por cerca de 5.500 lotações (chamados de danfos), mototáxis e riquixás motorizados, os napês.

Depois de uma visita de técnicos a Curitiba e Bogotá, Lagos está criando um corredor de ônibus e já comprou 400 veículos da brasileira Marcopolo.

Até o momento, é a única participação do Brasil no projeto de modernização da cidade. "As empresas brasileiras deveriam estar interessadas nas oportunidades de negócios que há aqui", diz o alto funcionário do governo. "Vejo chineses, indianos, libaneses, americanos, ingleses, alemães e italianos. Só não vejo brasileiros." Há projetos como a construção de uma rodovia pedagiada de 49 quilômetros ao longo da costa e de uma rede de trens urbanos.



PDF- ESPACIALIDADES E INSTITUCIONALIDADES: UMA LEITURA DO ARRANJO SÓCIO-ESPACIAL EDO MODELO DE GESTÃO DASREGIÕES METROPOLITANAS DO SUL DO BRASIL 
ROSA MOURA  e MARIA DE LOURDES URBAN KLEINKE
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A CIDADE: OBJETO DE ESTUDO E EXPERIÊNCIA. VIVENCIADA
 Maria Stella Bresciani.

Os artigos reflete o estado atual da reflexão da área do planejamento urbano e regional – suas questões, seus desafios teóricos e metodológicos e seus resultados. Perceber-Se há, em particular, que boa parte das investigações dedica-se a buscar elos significativos que elucidem as condições problemáticas de vida nas cidades contemporâneas, objetos por excelência construídos pelo homem, mas parecendo cada vez mais fugir ao seu controle e compreensão.

R E S U M O:

Estudar a(s) cidade(s) implica estabelecer conexões de tipo variado com a própria experiência de viver em cidades. Conexões objetivas de moradia e trabalho, laços afetivos tecendo espaços nos quais as lembranças compõem um acervo especial, nós intrincados que relacionam expectativas e imagens, idealizadas em grande parte e resistentes à passagem do tempo. O interesse intelectual pelo estudo da(s) cidade(s) procede com certeza de questões colocadas no presente, ainda quando nos fazem retroceder para um momento no qual consideramos poder captar um elo significativo que elucide as pouco acolhedoras condições de vida nas cidades contemporâneas.
P A L A V R A S - C H A V E Cidade; urbanismo; história; imagens; memória.



Livro: Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza,
           Maria Stella Martins Bresciani

                   Por: Maurício Tadeu de Andrade
                   Graduando do Quarto ano de História das Faculdades Integradas de Jaú/SP.
                   Resenha realizada na disciplina de História Contemporânea, sob a orientação da
                   Prof.ª..       Mestre Nilva Celise V. Bellotti.  


RESENHA:

BRESCIANI, Maria Stella Martins. São Paulo: Brasiliense, 2004.
Trazer a representação do mundo real para dentro de seus romances era o grande desafio dos escritores no século XIX. Victor Hugo, Baudelaire, Zola, Dickens, e Edgar Alan Poe, saíram a campo para observar o homem em seu habitat.

O resultado é uma descrição do tumultuado e nervoso universo que compunha as cidades de Londres e Paris. Capitais de duas grandes nações do velho mundo, mas que pela pena do romancista, nos traz um agudo olhar sobre até onde sonhos podem ser desfeitos, despertados para a dura realidade das ruas. A multidão frenética de dia era composta de figuras das mais diversas. Os trabalhadores dos escritórios que contavam os passos à espera do horário do trabalho, os carregadores que corriam desajeitados, as lavadeiras com suas trouxas de roupa, os carteiros de porta em porta. Todos disciplinados pelo novo senhor das cidades, aquele que dita o ritmo das atividades, que faz com que o agora seja o oposto do depois: o tempo.
A noção do que seja o tempo útil arrancava o homem da acomodação na natureza, e o jogava na engrenagem puída que teimava em levar a sociedade para frente, como uma bem ensaiada peça de Dickens.

Quando a noite chegava, rostos mudavam, comportamentos afloravam e nem sempre de maneira discreta. No afã de desnudar esse cotidiano, nossos autores se aprofundavam cada vez mais; para entender a cena que se apresentava, concluindo aos poucos que o desenvolvimento econômico por certo não havia contemplado todos os filhos da nação francesa, nem todos os súditos de sua majestade. Quanto mais aglomerado o povo era nas cidades, mais isolado o homem se sentia; misturando-se em meio à sujeira e o mau cheiro.

No final do século os bairros operários se agigantavam, tornando-se quase cidades dentro da cidade. Nesses verdadeiros antros de degradação se misturavam trabalhadores, beberrões e criminosos. Os franceses ao olhar o que se passava na caótica Londres vão à busca de soluções possíveis para tornar a vida urbana suportável em Paris.

Os ingleses viam no crescimento econômico as causas para os males sociais de altíssimo custo, já os franceses julgavam os custos políticos que a miséria poderia trazer à ordem estabelecida. Vendo tanto descalabro e insensibilidade, Balzac questionava se a sociedade seria melhor organizada quando as massas miseráveis fossem mais fortes que os ricos. O proletariado: trabalhadores pobres, famintos, deserdados da prosperidade, apesar de produzirem essa prosperidade, eram vistos como bárbaros, e por isso deviam ser mantidos em seus guetos, sem direitos, sem conforto, sem sonhos nem futuro.
No final do século a imagem do novo mundo industrial era a pior possível. O desenvolvimento econômico tendo como aliadas as máquinas, fez do homem, simples peça, tendo sua vida reduzida não raramente à metade. Para Michelet a submissão do homem ao ritmo das máquinas era por si só uma desordem, um ultraje que o direcionava à morte. Para ele havia o mistério, como o homem que cada vez trabalhava e vivia coletivamente como em nenhuma outra época da história humana, podia ser tão desunido em termos de afeição, bondade e união? Era a própria negação da sociedade, a afirmação do “anti-social”.

Assim como os londrinos, os parisienses se deterioravam nesses bairros fétidos, sofrendo inclusive um processo de degeneração biológica, atingindo a população. Balzac percebeu que o aspecto do povo parisiense era o pior possível, homens e mulheres sem cor, sem alma, sem perspectiva de futuro, perambulando pelas ruas de uma cidade conhecida como “Inferno”. Mesmo aqueles que defendiam a existência e o surgimento da grandiosidade nacional, eram traídos pela sua apreensão ante o poderio representado pelas multidões. A grande massa mostrava-se capaz de levar a sociedade para o alto ou para o buraco quando quisesse.

Os que aceitavam a ordem e o sistema formavam a multidão produtiva, mas eram os que do trabalho fugiam a grande preocupação. Vagabundos e trabalhadores pobres, marginalizados, vivendo em condições apartadas do mínimo conforto, essa multidão assustava, desorientava e fazia surgirem teses das mais diversas. Locke e Smith foram categóricos em suas opiniões: diziam que só o trabalho enobrece, e a concentração desse trabalho enobrece mais ainda, era a multidão levada a produzir prosperidade.

Se a fábrica punha o pão na mesa do trabalhador, as leis dos pobres tentavam com todas as suas variantes, resolver a questão social dos deserdados, mão de obra não utilizável. Em Paris não era tanto a questão econômica, mas a política que fazia com que as massas fossem mais de perto monitoradas. Victor Hugo percebia algo no ar, um clima suspenso e suspeito, uma ameaça num século onde a doença política e a doença social se confundiam. O século XIX representou para os franceses mais do que a confirmação de ilusões nascidas naquele 14 de julho, mas a busca, ainda revolucionária, de uma sociedade igualitária, perfeita e utópica.

Caracterizar uma época tomando como exemplos, duas das maiores metrópoles europeias do século XIX pode parecer temerário, mas o argumento cai por terra, quando sem preconceitos e de forma imparcial a autora em suas páginas nos mostra que a dinâmica das sociedades sejam elas britânica ou francesa, leva os homens a construir o seu tempo, nas cortes, nos palácios ou mesmo nos piores estágios da pobreza.



PDF- www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp274.asp - 

             Na vida das ruas. Escrevendo muito depois de Heidegger.

           Rita de Cássia Lucena Velloso.

 

Tratar de algo com que lidamos todos os dias, as habitações, os lares, mas, descontadas a metáfora e a alegoria, certamente permitidas pela tonalidade alusiva do texto heideggeriano, não creio que quaisquer daqueles conceitos possam ter fundamentado operativamente os projetos de arquitetura.
Não obstante, Construir, habitar, pensar, se inscreve na tradição recente da teoria da arquitetura, exatamente naquela denominada abordagem fenomenológica, e da qual Heidegger é um dentre alguns representantes, todos eles filósofos de corte clássico: Edmund Husserl, Maurice Merleau-Ponty, Gaston Bachelard. Afora Husserl, todos eles escreveram mais ou menos à mesma época (2), no contexto de posteridade da Segunda Guerra Mundial, quando o campo da arquitetura delineava-se de modo diversos: seu habitante típico é outro; não mais a figura heróica e hipotética do operário, morador da metrópole, mas a classe média das grandes cidades terciárias.
Esse avizinhar-se da arquitetura com a filosofia fenomenológica implicou em reorientar a teoria e a produção da Arquitetura para algo diferente do pragmatismo e do realismo que pareciam ser a única resposta possível à indiferença plana das pessoas, dentro e diante dos lugares de se viver.
É certo que a fenomenologia fez a crítica de determinados padrões caros à arquitetura, tais como eficiência, funcionamento, etc., mas não deixa de ser uma contradição que justamente uma filosofia, que defendia desde seus começos um “retorno às coisas mesmas” em sua crueza e materialidade, tenha sido responsável pelos exageros na conceituação da arquitetura como representação simbólica. Ao fim e ao cabo, estudar Heidegger, evidenciava o risco de perdermos o objeto arquitetônico, para ficar apenas com o discurso. Era preciso encontrar um modo diverso de raciocínio, que partisse da práxis, para fazer avançar uma abordagem fenomenológica da arquitetura.
O argumento recorrente acerca da dificuldade em pensar o que se denomina teoria da arquitetura revela, mais que um sintoma do momento de nossa disciplina, sua necessidade de legitimação. Os discursos da arquitetura já não podem mais ignorar a aporia a que chegam sempre que rastreiam nosso objeto, quer seja para denominá-lo, quer seja para dar-lhe circunscrição ou legitimação nova. Não houve frase mais comum na literatura recente sobre arquitetura do que aquela que estabelece a crise de nossa disciplina e profissão.


            ESPETÁCULO: NÃO ÓTICA, MAS ARQUITETURA DO PODER.

        Rita de Cássia Lucena Velloso. - (PUC- Minas)

 

Resumo:

Discutir o urbanismo enquanto estratégia de poder na sociedade denominada do Espetáculo. Desde o segundo pós-guerra, com a reorganização das forças geopolíticas no ocidente, a cidade tem se tornado parte do Espetáculo em suas mais reconhecidas formas. Ao urbanismo coube, como disciplina, a ordenação física do ambiente material, e a ele foi dado exercer determinada forma de controle cujo desempenho configura parte fundamental na arquitetura do poder espetacular.
“O epicentro do conflito social que surge da tradicional relação entre propriedade, poder político e poder econômico. Uma cidade, não obstante ser o lugar da luta (individual e coletiva) pela existência e da disputa entre classes sociais, exige dos indivíduos adaptarem seus atos e disposições de espírito à sucessão de encontros casuais, habituais ou fortuitos. Viver num ambiente urbano implica a capacidade humana de construir laços, reconfigurar relações sociais, e lidar com objetos e coisas em meio à vida cotidiana”.

Palavras chave: arquitetura urbana, reificação, fetichismo, planejamento urbano, urbanização da consciência, mercadoria.

Livro:    MUTATIONS - REM KOOLHAAS
               HARVARD - Project on the city
               Lagos (HARVARD PROJECT ONTHE CITY)
(TRADUÇÃO E SINTESE FEITA PELO GRUPO CONSTA NO BLOG “MANO URBANO”)


NOTICIÁRIO: revistapiaui.estadao.com.br/edicao-5/dossie.../a-megacidad
                       Revista “Piauí” de ano de 2007 – Arquivos Ren Koolaans 
                                            A megacidade

Retrato do futuro urbano, Lagos, na Nigéria, é um aglomerado de 15 milhões de pessoas onde o lixo é a mercadoria que mais circula.por George Packer.


A Terceira Ponte Continental é uma faixa recurvada de concreto que liga a ilha de Lagos ao continente africano. Foi construída na década de 1970, como parte de uma vasta rede de pontes, trevos e vias expressas que visavam transformar a cidade nigeriana - então com 3 milhões de habitantes - em uma metrópole moderna e eficiente. A ponte serpenteia sobre pilares imersos na lagoa de Lagos e atravessa uma favela flutuante: milhares de casas de madeira empoleiradas sobre palafitas, apenas alguns metros acima dos seus próprios dejetos flutuantes, com tetos metálicos cor de ferrugem conectada pelo nevoeiro produzido por milhares de fornos a lenha. Pescadores remam sua canoas numa água negra e viscosa como uma poça de óleo.

Na falta de água encanada, os moradores mais afortunados da favela na beira d'água na extremidade da ponte, chamada Isale Eko, contrataram empreiteiros para cavar poços artesianos com 18 metros de profundidade. Outros moradores fazem fila diante dos poços, dia e noite, e pagam 10 centavos de real para encher os seus baldes de plástico com água contaminada, que alguns acabam bebendo. Isale Eko é a mais antiga e densa área da ilha de Lagos.

Cada metro quadrado é propriedade de alguém - para vender, se lavar e até dormir - e a privacidade é praticamente inexistente. Muitos moradores dormem ao ar livre. Um jovem sentado num dos becos apontou para algumas prateleiras de concreto um metro acima de uma vala. "São camas", disse.
Nas favelas mais recentes na parte continental, como a de Mushin, onde casas retangulares feitas com blocos de concreto contêm quartos dispostos de um lado e outro de um estreito corredor, sete ou oito pessoas dormem, em beliches ou no chão, em cada cômodo infestado de mosquitos.

Em Mushin, os hausas, muçulmanos do norte da Nigéria, convivem desconfortavelmente com os iorubas, do sul, cristãos em sua maioria. Uma testemunha me contou que, numa noite de fevereiro de 2002, um jovem hausa viu um ioruba agachado sobre uma vala na rua e perguntou "Por que você está cagando aí?".
Numa cidade onde apenas 0,4% dos habitantes tem um banheiro ligado à rede de esgotos, foi mais uma provocação do que uma pergunta séria. O incidente daquela noite provocou uma briga. Quase imediatamente, as casas vizinhas se esvaziaram e as ruas se encheram de iorubas e hausas armados com facões e revólveres. A batalha durou quatro dias e só terminou com a ocupação militar de Mushin. Havia então mais de cem moradores mortos, milhares tinham abandonado o local e centenas de casas haviam sido incendiadas.

Os imigrantes vêm para Lagos com algum apoio muito frágil, geralmente dependente de um parente ou contato local, cuja ajuda não dura mais do que 24 horas. Uma garota da região dos ibos, no sudeste, disse que uma mulher da sua cidade natal lhe havia contado que ela conseguiria trabalho em algum restaurante em Lagos. Ao chegar, descobriu que devia mais de 400 reais à mulher pelo transporte, e que o emprego em restaurante não existia. A garota, com seu cabelo penteado para trás e o olhar perdido em algum ponto distante, me disse que tinha 18 anos, mas parecia ter 15. Ela é agora uma prostituta num pequeno hotel chamado Felicidade. Trabalhando sete noites por semana, com cada cliente pagando 8 reais para ficar cinco minutos, ela tinha liquidado a sua dívida ao final de sete meses. Ela não tem amigos além das outras garotas do hotel. Em seu quarto, no terceiro andar, as palavras "Estou coberta com o sangue de Jesus. Amém" estão escritas três vezes, a giz, numa parede.

Quando Michael Chinedu, um ibo, chegou em Lagos, não conhecia ninguém. No seu primeiro dia, viu um homem fumando maconha e, como também é fumante, apresentou-se. A partir deste tênue contato, Chinedu perguntou ao homem se ele sabia de algum emprego. Foi levado a uma serraria, onde começou imediatamente, trabalhando longas jornadas em meio ao barulho da serra elétrica e à fumaça da serragem queimando. À noite, dormia ao ar livre, sobre uma pilha de tábuas. Ao final de três meses, tinha economizado o suficiente para alugar um quarto. "Se ficar parado, você morre de fome", disse.
Os negócios nunca param em Lagos. As transações informais representam pelo menos 60% de toda a atividade econômica. Nos sinais de trânsito e nas avenidas, multidões de garotos com pouco mais de oito anos vendem de tudo, de telefones celulares a extintores de incêndio.

Os pedintes são raros. Em muitas cidades africanas, existe uma atmosfera opressiva de pessoas deitadas em pleno dia, de ociosidade afundando no desespero.

Em Lagos, todos são batalhadores. Vi certo dia uma mulher se esgueirando entre diversas faixas de tráfego com seu filho a reboque, e a expressão no seu rosto era o que classifiquei como tipicamente lagosiana: dura, fechada e séria, mas ao mesmo tempo rápida e esperta, percebendo tudo, pronta para evitar um obstáculo ou aproveitar alguma oportunidade.

Em 1950, menos de 300 mil pessoas viviam em Lagos. Na segunda metade do século XX, a cidade cresceu a uma taxa de mais de 6% ao ano. Ela é atualmente a sexta maior cidade do mundo, e continua a crescer mais rapidamente que qualquer uma das outras megacidades, a palavra que o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos usa para designar "aglomerações urbanas" com mais de 10 milhões de habitantes. Estima-se que em 2015  Lagos terá 23 milhões de habitantes e será a terceira megacidade, depois de Tóquio e Mumbai.

Lagos começou a adquirir uma nova imagem. Nos primeiros anos do século XXI, as megacidades do Terceiro Mundo tornaram-se o foco de um intenso interesse acadêmico, em livros como Planeta Favela, de Mike Davis (editora Boitempo, 2006), Maximum City, de Suketu Mehta, e Shadow Cities, de Robert Neuwirth. Neuwirth. "Hoje, os invasores de todos os países estão mostrando um novo caminho na luta pela criação de um mundo mais justo", escreveu. Os invasores precisam, acima de tudo, Neuwirth argumentou, do direito de ficar onde estão. "Sem leis para apoiá-los, eles estão fazendo as suas comunidades inadequadas e ilegais crescer e prosperar."

Stewart Brand, estrategista de negócios baseado em Mann, na Califórnia, vai ainda mais longe. "As cidades clandestinas são vibrantes", ele escreve num artigo recente sobre as megacidades. "Cada rua estreita é um longo mercado fervilhante." Ele enxerga no crescimento explosivo das "favelas operacionais" uma cura para a pobreza do Terceiro Mundo e uma extraordinária oportunidade para a realização de lucros. "Como tudo isso se relaciona com homens de negócios no mundo desenvolvido?", pergunta Brand. "Um quarto da humanidade experimentando coisas novas em novas cidades representa muitos clientes, colaboradores e concorrentes potenciais."

Visto sob a luz suja e acinzentada de Lagos, o retrato de construtores heróicos das cidades de amanhã pintado por Neuwirth parece um tanto romântico, e a visão de uma cidade global de empreendedores interconectados, de Brand, parece perversa. A vibração dos favelados em Lagos é a atividade furiosa de pessoas que vivem numa economia globalizada e não têm nem rede de proteção nem esperança de ascender socialmente.Cerca de 1 bilhão de pessoas - quase metade da população urbana dos países em desenvolvimento - vive em favelas.

O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos declarou, num relatório de 2003 intitulado O Desafio das Favelas: "Os pobres urbanos estão presos num mundo ilegal e informal, em favelas que não aparecem nos mapas, onde o lixo não é recolhido, os impostos não são pagos e os serviços públicos não são fornecidos. Oficialmente, eles não existem". Segundo o relatório, "nas próximas duas décadas a população urbana global vai duplicar, passando de 2,5 a 5 bilhões de pessoas. Quase todo esse crescimento vai se concentrar nos países em desenvolvimento".

                          CIDADES - Favela globalizada



Os centros urbanos do Terceiro Mundo são os que mais crescem. O desafio será administrar a pobreza e os problemas sociais.
IVAN PADILLA . 

Lagos,  antiga capital da Nigéria, o país mais populoso do continente africano, tinha 1,4 milhão de habitantes em 1992. Oito anos depois, já alcançava 13,4 milhões. Em 2010, a previsão é de que chegue a 20,2 milhões. Isso significa que, em menos de 20 anos, a população urbana terá aumentado 14 vezes. Esse vertiginoso crescimento é um grave fenômeno mundial: as cidades não param de crescer - e as que mais crescem são as do Terceiro Mundo. De acordo com projeções da agência Habitat, órgão da ONU que estuda questões de habitação, das dez maiores metrópoles do mundo em 2010, apenas duas - Tóquio e Nova York - estão situadas em países desenvolvidos.

Em 1980, a lista das dez maiores cidades incluía Los Angeles, nos Estados Unidos, e Osaka, a segunda metrópole japonesa. Pequim e Xangai, na China, e Calcutá, na Índia, os dois países com maior população do mundo, também faziam parte desse ranking. Na estimativa para 2010, as duas megalópoles do Primeiro Mundo são ultrapassadas por concorrentes como Daca, capital de Bangladesh, Karachi, no Paquistão, e Jacarta, na Indonésia. São centros urbanos em zonas de extrema pobreza, com índices de crescimento assustadores.

Em todo o planeta, aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivem hoje em barracos sem água potável e saneamento nos subúrbios das grandes cidades - desse total, cerca de 200 milhões tornaram-se favelados há menos de dez anos. Em 2030, serão 2 bilhões de pessoas vivendo em bolsões de pobreza. Durante esse mesmo período, a população das megalópoles dos países em desenvolvimento deverá crescer em 2,12 bilhões de pessoas. Nas nações do Primeiro Mundo, espera-se um incremento de apenas 28 milhões.

Apesar de afetar principalmente os países atrasados, o problema também afeta os ricos. Atualmente, cerca de 2,86 bilhões de pessoas - quase metade da população mundial - vivem em áreas urbanas. Em 2025, essa taxa será de 61%. Em 1975, uma centena de cidades tinha mais de 1 milhão de habitantes. Em 2025, serão 527. Em 1960, apenas duas cidades reuniam, cada uma, mais de 10 milhões de habitantes. Em 2015, o mundo terá 26 megalópoles. ''As causas e consequências desse incremento variam muito. É preciso diferenciar as cidades globais, no Norte, e as megalópoles, no Sul'', alerta Jorge Wilheim, secretário de Planejamento Urbano de São Paulo e um dos palestrantes do último Fórum Mundial Urbano, realizado em Barcelona.

LAGOS
A capital da Nigéria deverá crescer 14 vezes entre 1992 e 2010, segundo projeções da agência Habitat, da ONU. No continente africano, além da miséria, os conflitos entre as tribos e as guerrilhas por riquezas naturais, como diamantes, empurram a população das zonas rurais para os centros urbanos, onde, em tese, a segurança é maior. Na Nigéria, cerca de 250 etnias convivem em permanente estado de tensão. Em países como a China, o crescimento urbano segue uma política governamental de êxodo rural. Nas cidades europeias, principalmente em países como Espanha, Alemanha e Itália, onde o aumento populacional costuma ser negativo, os imigrantes cumprem um papel fundamental no equilíbrio demográfico. Em São Paulo, a quarta maior aglomeração humana do mundo, o crescimento agora é vegetativo, e não mais migratório, ao contrário do que ocorria nas décadas de 50 e 60.

As consequências também são próprias de cada contexto. Os países africanos assistem ao aumento da pobreza e à deterioração das condições sociais e sanitárias - há regiões onde mais de 30% da população é portadora do vírus da Aids. Em Pequim, na China, um sinal visível do caos urbano é o trânsito congestionado por bicicletas e automóveis. Nos países do Velho Mundo, a imigração de habitantes das ex-colônias africanas e asiáticas, apesar de gerar um processo de fusão cultural a longo prazo, leva de início a conflitos sociais, xenofobia e fortalecimento de partidos de extrema direita, em reação aos recém-chegados. ''Boa parte das populações não participa dos processos de decisões que têm impacto sobre elas'', alerta Wilheim, sobre esses cidadãos de segunda classe.

Em 2015, 26 cidades terão mais de 10 milhões de habitantes. O secretário propõe um novo Renascimento, em que artes e políticas públicas ajudem a formar uma civilização urbana de caráter humanista. Já o ministro das Cidades, Olívio Dutra, denunciou, no encontro de Barcelona, a chamada ''urbanização da pobreza''. De acordo com dados do ministério, cerca de 15 milhões de brasileiros não têm moradia e 83 milhões não contam com água potável em casa. Para que todos tivessem condições dignas de habitação, seria necessário um investimento de US$ 6,6 bilhões por ano até 2020.

Links:

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
huguiana.blogspot.com/2009/01/mutatciones-rem-koolhas.stefano.html







vídeos:
www.yotube.com/watch?v=Jp0kAz[OFi] – PROJETO VILA VIVA BH
www.youtube.com/watch?v=sHKLIpz9F5c&feature=related – BBC’s Welcome to Lagos.Ep1.1
www.youtube.com/watch?v=sHKLIpz9F5c&feature=related – BBC’s Welcome to Lagos.Ep1.2
www.youtube.com/watch?v=8jvJGlAmI – NatGeo De Guerra – Lagos Nigeria [Parte 01-02]
www.youtube.com/watch?v=8jvJGlAmI – NatGeo De Guerra – Lagos Nigeria [Parte 02-02]
www.youtube.com/watch?v=Cf6ZynmaJoE&featur=related – Live in Lagos Part3: Lagos Island
www.youtube.com/watch?v=kzG-tfV5dyI&NR=1 – Live in Lagos Part4: Ipaja AKA”The Hood”



TESES E TEXTOS:

PDF- www.4shared.com/.../Repensando_o_territrio_discuti.html 
enhpgii.files.wordpress.com/2009/10/fernanda-cristina-de-paula.pdf
REPENSANDO O TERRITÓRIO: DISCUTINDO A CATEGORIA DE TERRITÓRIO VIVIDO
Fernanda Cristina de Paula

PDF - www.usp.br/revistausp/05/18-willi.pdf
18-willi-diario Moscou [18-B5-1921]

PDF- ESPACIALIDADES E INSTITUCIONALIDADES: UMA LEITURA DO ARRANJO SÓCIO-ESPACIAL EDO MODELO DE GESTÃO DASREGIÕES METROPOLITANAS DO SUL DO BRASIL 
ROSA MOURA  e MARIA DE LOURDES URBAN KLEINKE
Biblioteca- bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/anpocs00/gt07/00gt0733.doc virtual. clacso.org. ar/ar/libros/anpocs00/gt07/00gt0733.doc

A CIDADE: OBJETO DE ESTUDO E EXPERIÊNCIA. VIVENCIADA
 Maria Stella Bresciani.


                  Por: Maurício Tadeu de Andrade

              

 PDF-www.vitruvius.com.br/arquitexto/arq00/esp274.asp.

             Na vida das ruas. Escrevendo muito depois de Heidegger.

           Rita de Cássia Lucena Velloso.

 

            ESPETÁCULO: NÃO ÓTICA, MAS ARQUITETURA DO PODER.

        Rita de Cássia Lucena Velloso. - (PUC- Minas)

 

                                Como driblar os problemas da minha cidade?
                                 Lourival Sant'Anna, enviado especial.

NOTICIÁRIO:     http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-5/dossie.../a-megacidad.
      A megacidade | Edição 5 [
revista Piauí]
                                                                 Revista “Piauí” de ano de 2007 – Arquivos Ren Koolaans - Por George Packer

                                 CIDADES - Favela globalizada - IVAN PADILLA. 


BIBLIOGRÁFIA:

Livro: O Urbanismo - Françoise Choay
CHOAY, Françoise; O Urbanismo: Utopia e realidades de uma antologia; São Paulo: Editora Perspectiva, 2003.
Livro: Cidade do Século XIX, A - Zucconi, Guido
LivroDiário de Moscou ,Walter Benjamin inglês: Moscow Diary.
O diário foi escrito ...
Núcleo Brasileiro de Estudos Walter Benjamin
Livro: Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza,
           Maria Stella Martins Bresciani
Livro:    MUTATIONS - REM  KOOLHAAS
               HARVARD - Project on the city-  Lagos (HARVARD PROJECT ONTHE CITY)
PDF- www.4shared.com/.../Repensando_o_territrio_discuti.html 
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REPENSANDO O TERRITÓRIO: DISCUTINDO A CATEGORIA DE TERRITÓRIO VIVIDO
Fernanda Cristina de Paula
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 Maria Stella Bresciani.
                  Por: Maurício Tadeu de Andrade
                  

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             Na vida das ruas. Escrevendo muito depois de Heidegger.

           Rita de Cássia Lucena Velloso.

              ESPETÁCULO: NÃO ÓTICA, MAS ARQUITETURA DO PODER.

         Rita de Cássia Lucena Velloso. - (PUC- Minas)